Houve um tempo, há não muito tempo atrás, em que eu permitia que o outro estabelecesse o meu valor. Tinha extrema dificuldade em me colocar do modo que sentia ser o correto e jamais - JAMAIS MESMO - conseguia me sentir ok caso alguém estivesse chateado/decepcionado/bravo comigo.
Foram tempos difíceis, assim como sempre o são quando o leme de nossas vidas não está em nossas mãos. Sim, porque sempre que deixamos que o olhar do outro nos defina nos perdemos de nós mesmos e quase deixamos de existir. É como se uma parte nossa efetivamente morresse, e tudo o que sobra é uma carcaça tosca e sem vida implorando para ser amada e aceita por algo que, no fundo no fundo, não é.
Entender que o que o outro pensa de mim não é da minha conta e que não vemos as coisas e pessoas como elas são, e sim como nós somos, foi algo absolutamente primordial em minha vida. E o mais louco é que assim que aprendi suportar e tolerar que a despeito do que eu faça e diga SEMPRE haverá quem me critique e simplesmente não goste de mim, ao invés de me suprimir e de alguma forma me castrar apenas me LIBERTOU. Porque nada é melhor do que poder ser quem se é sem tentar se moldar ao que presume-se que o outro queira. E, pasmem, desde que libertei a mim mesma ser quem sou libertei também ao outro ser quem ele é e crio muito menos expectativa com relação às pessoas que fazem parte de minha vida. Consequentemente, me frustro menos.
Gratidão de hoje por, mais uma vez, ter conseguido me colocar, dizer não quando precisei dizer e, ainda assim, deitar para dormir com a consciência tranquila e a alma leve. Um dia a gente aprende
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