Recentemente assisti um documentário que falava sobre milagres. De um lado multidões sedentas, doentes, em busca de um favor divino, um olhar , ainda que discreto, mas que compensasse intensas demonstrações de devoção, sacríficos pessoais, de necessidade de cura, de favor.
Havia também representantes da ciência. Esses na intensa busca de argumentos que explicasse o que parecia sem explicação, pelo menos não daquele jeito, caso contrário, o tal milagre seria prontamente desqualificado, ainda que inegavelmente algo tivesse acontecido.
Entre os dois grupos havia outro, menor, mas bastante significativo: os promotores de milagres. Gente que se beneficiava da fé alheia, conduzindo-a, comercializando o que de forma alguma lhes pertence, explorando a fé em benefício próprio, ganhando dinheiro, exercendo controle.
Havia defesas, refutações, argumentos e justificativas, idas e vindas na tentativa de dar crédito ou descrédito, referenciar ou contrariar o chamado milagre em uma interminável discussão entre pessoas que parecem não enxergar o simples, em apenas admitir que, em grande parte, o que chamamos de milagre, são manifestações naturais, inerentes em humanos que causam curas e doenças sem perceber, que não sentem o quanto podem modificar energias, interagir em seus corpos, psiquê, com o ambiente, com a vida em um nível que ainda temos enorme dificuldade de enxergar.
Estamos distraídos, entorpecidos, entretidos ao extremo para sequer admitir que o milagre é natural, gratuito, desvinculado de toda aquela panaceia que geralmente os rodeia. Que não precisa da legitimação do Vaticano, da ciência ou seja de quem for porque simplesmente é.
Há em cada um de nós um grau de poder, de força, de regeneração - seja em que nível for - muito maior do que os laboratórios farmacêuticos e os planos de saúde gostariam que soubéssemos.
O ser humano pode criar além da poesia, da música ou tecnologia, afinal, tudo o que criamos é apenas um pálido reflexo de nosso intrínseco poder de criação de mundos, de realidades, de potencialidades que sequer cogitamos, de curar, de alívio, de possibilidades infinitas.
Um olhar desintoxicado, imparcial, carregado da energia do amor pode bem mais do que imaginamos, alias, ninguém sabe de fato até onde nossas potencialidades vão. Nossas escolhas e prioridades nos transformaram em um mínimo fragmento do que poderíamos ser, do que realmente somos em algum lugar dentro de nós.
"Tua fé te salvou", Jesus dizia. Sim, nossa fé, nossa consciência nos salva do ceticismo controlador que tenta conter, domesticar e arrumar explicações que mantenham as coisas sob controle.
Nos salva da credulidade que se projeta em objetos, lugares, pessoas ou rituais, o poder que é próprio, que mora em cada um de nós.
Nos salva da incapacidade de enxergar e perceber o natural, o que era para ser sempre, o que nós mesmos podemos fazer, criar e curar.
O milagre existe, mas não está lá, ele vive aqui, sempre, naturalmente, sem estardalhaços, sem shows, sem alaridos. Não deve ser recurso para sequestros de qualquer natureza, tampouco artificio de controle e enriquecimento de ninguém. O milagre é natural, mora dentro da gente e acontece sempre que um olho que não via passa a ver, um coração empedrado passa a amar, uma mente fechada se abre em consciência.
Esse é o maior dos milagres, acessível, transformador, revelado pela simples percepção de quem desperta em amor e entende que o milagre somos nós.
Flavio Siqueira
Quando acontece algum milagre que vem de nossa fé, a força vem da própria pessoa, nos temos força para conseguir o que desejamos, esta é uma força natural, não precisamos de um ser ou santo exterior para nos salvar, nossa potencialidade é grande, é a nossa consciência nossa energia que nos salva, cada um de nós criamos e curamos, como fala o Flavio S." este dom é natural"
Eveline Grein Druziki
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