"Possessividade é o falso amor. (...) Por que o apego se parece com o amor? Qual a diferença? - o mecanismo é sutil.
Amar significa estar pronto para mergulhar no outro. É uma morte a mais profunda morte possível, o mais profundo abismo possível; nele você pode cair e continuar caindo, caindo. Não tem nenhum fim, não tem nenhum fundo; é a queda eterna dentro do outro. Nunca termina. Amar significa tornar o outro tão importante que você deixa de existir.
Amar é render-se incondicionalmente; se houver qualquer condição, então você é importante, não o outro; você é o centro, não o outro. E se você é o centro, então outro é apenas um meio. Você utiliza o outro, explora-o satisfaz-se, gratifica-se por meio do outro, mas você é a meta. E o amor diz: faça do outro o fim dissolva-se, mergulhe. O amor é o fenômeno mortal, um processo de morte. É por isso que as pessoas temem. Nunca o penetra. (...)
O amor é uma necessidade tão profunda que você não pode viver sem ele, seja real ou falso(...)
O amor é como a morte, e se você tem medo da morte, terá medo do amor. (...)
E se você tiver medo da morte como poderá estar pronto para penetrar no amor?
Porque no amor não são apenas as roupas, a casa que mudam é você que morre - a sua mente o seu ego. Esse medo da morte transforma-se em medo do amor e o medo do amor transforma-se em medo da prece, da meditação. Esses três acontecimentos são semelhantes a morte, o amor e a meditação. A rota a ser tomada é a mesma. Se você nunca amou, não será capaz de estar em prece, não será capaz de estar em meditação. Se você nunca amou nem meditou, não compreenderá de modo algum a maravilhosa experiência da morte.(...)
Amor significa morte, mas apego não é morte.
No amor o outro torna-se tão importante que você pode dissolver-se; confia tanto no outro que não necessita ter sua própria mente - pode colocá-la de lado.
Por isso as pessoas dizem que o amor é louco, que é cego. É mesmo! Não que seus olhos fiquem cegos, mas quando o ego está de lado, a sua mente de lado, para todos os outros você parece cego, parece louco.(...) Você não pensa mais em si mesmo.
A confiança é tanta que já não há mais necessidade de pensar. (...) O amor é essa confiança, um dissolvimento do ego. O centro move-se para o outro. (...) A confiança é completa perfeita. E na confiança completa há uma beatude, uma benção. Até mesmo quando você pensa sobre isso, um pequeno vislumbre do que pode ser aparece. Mas quando você chega a sentir é tremendo não há nada igual. O ego então cria o truque, em vez do amor e ego lhe dá o apego, a possessividade.
O amor diz: seja possuído; o ego diz: possua.
O amor diz: dissolva-se no outro: o ego diz: não permita que o outro se mova em liberdade; corre da liberdade, transforme-o na sua sombra, sua periferia.
O amor dá vida ao outro; o apego,a possessão o mata, tira-lhe a vida.(...)
Quanto mais se ama, menos se teme. Quando o amor realmente é total não há medo. Mas na possessão o medo cresce cada vez mais, porque quando você possui uma pessoa sempre teme que ela o deixe - sempre há a dúvida."
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