Zarathustra divide a evolução da consciência em três símbolos: o camelo, o leão e a criança.
O camelo é um animal de carga, pronto para ser escravizado, nunca rebelde. Ele jamais consegue dizer 'não': é um crente, um seguidor, um escravo fiel. Este é o mais baixo nível da consciência humana.
O leão é uma revolução.
O princípio da revolução é um sagrado 'não'.
Na consciência do camelo, há sempre uma necessidade de alguém conduzir e de alguém para lhe dizer: "Tu deves fazer isto.". Ele precisa dos Dez Mandamentos. Precisa de todas as religiões, de todos os sacerdotes e de todas as escrituras sagradas, porque ele não pode confiar em si mesmo; não tem nem coragem e nem alma e nem qualquer desejo pela liberdade: é obediente.
O leão é um anseio profundo pela liberdade, um desejo de destruir todos os aprisionamentos. O leão não tem necessidade de nenhum líder - ele é suficiente em si mesmo. Não permitirá que ninguém diga a ele: "Tu deves."- isto é insultante para o seu orgulho. Ele só pode dizer: "Eu quero.". O leão é responsabilidade e um tremendo esforço para se livrar de todos os aprisionamentos.
Mas, mesmo o leão não é o mais alto pico do crescimento humano. O mais alto pico é quando o leão passa também por uma metamorfose, e se torna uma criança. A criança é inocência. Não é obediência, não é desobediência; não é crença, não é descrença: é pura confiança; é um sagrado 'Sim!' à existência e à vida e a tudo que esta contém.
A criança é o verdadeiro pico de pureza... sinceridade... autenticidade... receptividade e abertura à existência.
Esses símbolos são belíssimos.
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