Se eu tocar no que para mim é sujo, me sujarei.
Se entrar onde me assombro, de um jeito ou outro verei fantasmas.
O que te parece intolerável pode ser aceitável para mim, de modo que se não andarmos conforme nossa consciência, seremos guiados por ventos e assombrações.
Aqueles que precisam de leis se agarrarão a elas sem saber que a lei existe como condutor- moldado ao tempo em que vivo- em direção a consciência.
É só isso.
Se eu construir meu caminho sob a ameaça dos fantasmas do meu inconsciente, acreditando que o objeto, o lugar ou ambiente tem poderes inerentes para o bem ou para o mal, serei escravo de ritos e fórmulas que prometem me impermeabilizar contra minhas próprias assombrações.
Da simples proteção contra o "mal olhado" às complexas mudanças essenciais em busca de poder, seguimos em rota de fuga daquilo que teoricamente nos assombra. Não é por consciência, mas por medo.
Se o "objeto maldito" for só um objeto para você, não tenha medo de tocar, porque ele só será um objeto. Se você se impressiona com lugares sagrados, templos, espaços ou seja o que for e recorre a eles em busca de iluminação, saiba que a luz vive em você. Lugares são apenas lugares.
Para o bem ou para o mal, o que nos atormenta ou refrigera vive em nós.
Aquele que anda em consciência sabe que, não das montanhas, do céu ou do inferno, mas é dentro de nós que está a janela que, aberta, deixa a luz entrar. Se fechada tudo será escuridão.
Não é fora, mas dentro que convive ao mesmo tempo sua algema e sua redenção.
Talvez seja hora de olhar para dentro , encarar seus monstros e finalmente libertar-se.
Flavio Siqueira
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